sábado, 24 de setembro de 2011

Vou...

A caminhada é penosa, bem se sabe,vou então arrastando meus pés como se fossem joelhos calejados, vou, pensando em continuar estática, olhando para o que não se vê, mais continuo no gerundío de ir, sem nem espiar o que ficou pra trás.Vou acompanhando a brisa, que bagunça travessa meus cabelos já revoltos, vou por que me puxam pela mão, e eu quase posso sentir a pressão dos dedos nos meus dedos, vou entre lágrimas e um sentimento tão estúpido que não me é possivel expremir. Vou por que no fim desta curva intraspônivel, preciso acreditar que vc estará lá, que serão os teus dedos a me firmar na escuridão, e a tirar deste meu eu tão fatigado toda a imundice que juntei pelo caminho. Então, iremos os dois num gerundío novo, sem tantos pedregulhos a ferir-me os pés, iremos entre um sorrir e outro, descobrir enfim, o que se esconde além da curva.









Ps- Para o meu dono e senhorzinho...rsrs...não quero outras mãos a me guiar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Escrever

Escrever pra mim é um mal necessário, é transcender ao inferno, com passagem rápida pelo paraíso... é estar sozinha no meio de uma imensa multidão desgovernada, invadida pelo impulso de estar entre as pessoas.
Escrever é o segundo copo, quando o primeiro já satisfez, quando a vontade torna-se luxo, superfulo...
É admirar a própria tristeza, sentir prazer em cada lágrima, existir somente quando não se sabe quem é. Cada palavra perdida é um pedaço, irreparável de tudo que é eu. Do meu espelho, do meu esforço em ser. É a minha imagem de maneira mais nítida, mais suave, mais tranquila, aqui os meus gritos, são sussuros, minhas lágrimas, palavras, aqui a dor é poesia.